sábado, 24 de dezembro de 2011

De que raça era Jesus Cristo?


Por N. Talapaxi S.



«Julgando a maka através da clarividência que a Bíblia Sagrada oferece, com toda a vénia com a qual o processo de colonização fez uso da religião para inferiorizar o máximo possível os povos nativos, além do abrigo que muitas pesquisas históricas oferecem hoje, o «Menino Jesus», afinal, é mesmo negro. Infelizmente, os objectivos dos dominadores, de certa forma, fizeram morada na mente de grande parte da população, e muita gente, presa numa fé cega, ainda não despertou para essa realidade».



Antes de encontrar anuência, nas investigações científicas, nas quais se admite o semblante negroíde de Jesus Cristo, a perspectiva que ele se apresenta "realmente"como um negro tem o seu fundamento assentado numa leitura atenciosa da própria Bíblia sagrada, levando-se em conta o conceito da fé que dela se pode "cartar".



Apartir do princípio de uma livre interpretação, observa-se que a mesma crença baseada no conhecimento dessas chamadas "Sagradas escrituras" leva a concluir que, afinal, tem lògicamente todos os traços do "Mbumbo africano".



Ao contrário da messagem difundida pelos missionários ambivalentes do catolicismo primitivo, por altura de expansão colonizadora dos europeus, na qual o negro passava de ser um ser humano com alma, este parecer que atenta com a imagem do Cristo no prisma onde a sua africanidade está inserida.



Na versão da Bíblia sagrada dos cristão tem-se em consideração uma série de descrições parabólicas conforme os dogmas adoptados por cada grupo. De outro modo, na causa de cada interpretação encontra-se o embrião para a evolução das dotrinas que dão lugar a várias denominações.



Se puxar brasas para nehuma sardinha dogmática exclusivamente, e sem objectivo de formar nenhum elo no plano de alguma corrente ateísta, mas olhando numa religião na qual, sendo universal, passamos não sòmente nos identificar, como também, e sobretudo, nos valorizar, pode-se compeender realmente a negritude de Cristo.



Repara-se que, para melhor a referida palavra de Deus, todos os kimbos e mabululos, ainda hoje os livros editados, nas nossas línguas nativas, são ilustrados com desenhos e pinturas de uma população de aparência ariana. Vai daí que o retrato dos anjos , do Filho de Deus, e evidentemente o de pai Deus, é sempre representados por brancos.



Então na cabeça dos pretos, o "Tata Nzammbi", o "Ngana Nzambi", o " Suko Tata", na sua forma humana, era (e continua ser) um pula. Nunca ninguém paracido com eles. E por não ter nenhuma semelhança racial com os personagens bíblicos, incluíndo o próprio Criador, não só deveriam ser ( e eram) descriminados como eles mesmos se discriminavam.



Para o catolicismo romano, enquanto meio de exploração, era exactamente isto que se pretendia. Ter e mostrar um cristo semelhante aos dominadores para melhor manipular os povos dominados em nome de um Deus produtos dos seus interesses, e consequentemente garantir a superioridade da sua raça.



Expressa-se nesse quadro a investida psicológica que sofreram os nativos ao longo de séculos (e ainda sofrem) ao ponto de os remeter , hoje, infinitas vezes, a divinizar o homem branco, em detrimento da sua própria auto-estima, pois, afinal, não tinham direito ao tal"reino do Céu", prometidos pelos evangelhos bíblicos, se não adquirisse uma "alma branca".



Embora a leitura protestante da Bíblia sagrada tem despertado maior consciência de uma igualdade entre raças e povos, ainda prevalesce o pensamento e a exemplificação de que o cristo era um homem branco. Porém, o protestantismo também não era nenhum santo, de certa maneira partilhava com o catolicismo a mesma hipocresia e os interesse de subjugação dos africanos.



Definitivamente o mito de um Jesus de pele branca, cabelo loiro, olhos azuis, porte alto e rosto meigamente feminino saiu de uma fábrica de invenções católica mediavais para coadunar-se com ideias eurocentristas, agradar as monarquias colonizadoras e também distancia o "homem Deus" dos negros e outros não brancos sob o seu jugo.



Os resultados de muitas pesquisas até aqui levadas a cabo derruba a ditadura dessa imagem de cristo, como nos foi, e continua sendo, apresentada, desde que nos tornamos cristãos. a verdade tem outras facetas que nos tem sido omitidas, ou, pelo menos, tem sido evitadas, talvêz em razão da propensa dose de polémica que o assunto possa comportar.





S.A

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