sexta-feira, 17 de maio de 2013

Os Padres da Igreja Contra a Magia


 
“Os Padres da Igreja sobressaíam por sua capacidade de compreensão das coisas celestiais e pela agudeza de pensamento com que perscrutavam as profundidades da Palavra de Deus”.

Papa Pio XII




O Ensinamento dos Padres da Igreja

Escreve a antropóloga Cecília Gatto Trocchi, no seu livro A magia: “Os Padres da Igreja consideram a magia como um mentira, não necessariamente no sentido de que os magos e os feiticeiros produzem os seus efeitos evocando e empregando aquelas forças negativas mentirosas e demoníacas que Cristo havia submetido ao seu domínio. O exercício das artes mágicas significa, portanto, não reconhecer a mensagem de salvação de Cristo e empreender uma relação privilegiada com Satanás, tomando em um determinado sentido o lugar de Deus. A magia torna-se a decisão de prolongar a eficácia dos demônios para além dos limites concedidos no tempo da salvação, que se iniciou com Cristo além dos meios sacramentais transmitidos por Jesus á sua igreja”.

O ensinamento dos antigos Padres da Igreja, gregos e latinos, estava baseado sobre a eficácia da redenção operada pela cruz de Jesus Cristo: agente se defende com a cruz, não com amuletos e encantamentos, repetia São João Crisóstomo nas suas Catequeses para os neófitos:

“A cruz de Cristo destruiu a morte, derrotou o pecado, esvazio o inferno, venceu o poder do demônio. (…) A cruz fez ressurgir o mundo interior, e tu não confiaste? Um cristão deveria envergonhar-se e ruborizar-se por ter deixado seduzir pelo encantamento da magia”.

Esta – afirma o próprio Crisóstomo na pregação de Ano Novo – é “uma maluquice extrema”; “o uso dos amuletos é idolatria completa” afirma também no seu comentário a Carta aos Colossenses.

Também Santo Agostinho, nascido e crescido em ambiente egípcio de cultura helenista, falando sobre a encarnação do Verbo, menciona a magia como “loucura”, visto que a humanidade é mesmo o cosmos foram libertados do medo depois da vinda de Cristo e da sua vitória redentora na cruz:

Uma vez tudo (no paganismo) estava cheio de erro dos oráculos. Os oráculos de Delfos e de Dodona, da Beócia, da Lícia, da Libía e do Egito, os oráculos da Pítia enchiam de pasmo a fantasia dos homens.

Portanto, desde quando Cristo foi anunciado em toda parte, cessou esta maluquice e entre eles não se encontra ninguém que profetize. Outrora os demônios iludam os homens apossando-se das fontes, dos rios, das árvores e das pedras, e com os seus sortilégios aturdiam os néscios. Agora, ao invés, depois da revelação divina do Logos (de Jesus Cristo), esta vã aparência cessou: com um simples sinal-da-cruz o homem lhe descobre o engano. (…) E que dizer da sua magia que tanto admiravam?

Antes que chegasse entre nós o Logos, era poderosa e operante entre os egípcios, os caldeus e os hindus, e maravilha os espectadores; mas a presença da verdade e da revelação do Logos condenou a magia e a suprimiu.
Escreve Santo Agostinho: “As predições dos espíritos demoníacos são devidas a habilidades particulares, bem diversas daquelas que consentem aos santos anjos e aos profetas de Deus realizar suas. De fato estes, se anunciam alguma coisa, fazem-no por disposição divina e depois de ter escutado, assim é que não enganam nem são enganados, e as suas previsões conseqüentemente são verdadeiras e dignas da máxima consideração. Ao invés, os espíritos demoníacos não só se enganam, mas fazem cair no erro também os outros. Enganam-se, acima de tudo, porque quando predizem as próprias pretensões, estas são imprevistamente transtornadas pelo Alto. Um pouco como se homens, submetidos a uma outra autoridade, depois de terem dispostos a execução de alguma coisa, vêem-na proibida, depois de longa peroração, imediatamente pelos seus superiores. Os espíritos demoníacos erram nas questões naturais tal qual acontece aos médicos, aos marinheiros e aos camponeses, mas estão em condições – graças às características dos seus corpos aéreos – de conhecer antecipadamente muitas coisas de maneira mais aguda e poderosa; mas também estas coisas passam por imprevistas variações por causa de disposições por eles completamente ignoradas, mas não pelos anjos que adoram o sumo Deus.

Tudo isto assemelha-se um pouco ao caso daquele médico que, depois de ter diagnosticado ao doente uma pronta cura, com base em sintomas precedentes, o vê morrer improvisamente por algo não previsto; ou também o caso do marinheiro que, depois de ter calculado a duração de uma tempestade de ventos, vê Cristo – enquanto navega com os seus discípulos – mandar aos ventos furiosos que se acalmem, com as seguintes palavras: “E fez-se uma grande calmaria” (Mt 8,26); de maneira semelhante como acontece ao agricultor que, depois de ter visto, graças a seu conhecimento da terra e das sementes, um belo enxerto das videiras em condições de frutificar abundantemente, ver, por uma imprevista variação climática, secar tudo ou até mesmo destruir-se tudo pelo capricho de um poderoso. Assim estão, portanto, as coisas em relação às capacidades adivinhatórias dos espíritos demoníacos, os quais, mesmo prevendo alguma coisa com base em causa menores e habituais, vêem tornar-se vãs as suas previsões, por causas mais importantes e desconhecidas” (Santo Agostinho, De divinatione daemonum, cap. VI).

“Os demônios não pode fazer mais do que lhe é permitido”, dizia Santo Agostinho.

Santo Tomás de Aquino, um dos maiores teólogos da História da Igreja, afirma na Suma Teológica: “Os Santos Padres escrevem que os demônios têm poder sobre os corpos e sobre a imaginação do homem, segundo a permissão de Deus. Eis porque os feiticeiros, com a sua ajuda, podem fazer malefícios. Na Sagrada Escritura o apóstolo Paulo coloca as “idolatrias e as feitiçarias” entre as obras “daqueles que não podem herdar o reino de Deus” (cf. G1 5,20) e o apóstolo João recorda que é reservado “o tanque ardente de fogo e enxofre” aos feiticeiros e idólatras (cf. Ap 21,8)”.

São Pedro Apóstolo exorta com afinco sobre a tentação do diabo: “Sede sóbrios e vigilantes! Eis que o vosso adversário, o diabo, vos rodeia como um leão a rugir, procurando a quem devorar. Resisti-lhe, firme na fé, sabendo que a mesma espécie de sofrimento atinge os nossos irmãos espalhados pelo mundo” (1 Pd 5, 8.9).

CONTRA OS EMBUSTES

O exorcista italiano, escritor e padre Francesco Bamonte escreve:

“A diminuição da espiritualidade, ligada à descristianização do mundo moderno, parece arrastar o homem exatamente para aquele ralo de insegurança existencial, de medo e de falta de confiança, do qual o cristianismo havia libertado o mundo”. Tornam-se então admoestadoras as palavras do cardeal Joseph Ratzinger, (papa Bento XVI) citadas expressamente na Nota Pastoral dos bispos toscanos:

“A Cultura atéia do Ocidente moderno vive ainda graças à libertação do medo aos demônios trazidos pelo cristianismo. Mas se esta luz redentora de Cristo precisasse apagar-se, mesmo com toda a sua sabedoria e com toda a sua tecnologia o mundo recairia no terror e no desespero: já vemos sinais deste retorno das forças das trevas, enquanto crescem no mundo secularizado os cultos satânicos”.

O insigne padre Bamonte convoca os cristãos para lutar contra os embustes, charlatanices dos operários do diabo e de todo o sistema satânico.

É nosso dever proclamar a verdade que liberta o ser humano de todo engano religioso. (Jo 8, 32-36).
“Levar os homens à verdade é o maior benefício que se pode prestar aos outros”, afirma Santo Tomás de Aquino.
Jesus Cristo é a única verdade absoluta que liberta e salva o ser humano de toda magia, espiritismo, bruxaria, satanismo, da teologia da prosperidade, das seitas, das heresias e de todo sistema da Nova Era.

Como cristãos batizados temos o poder da Santíssima Trindade, a remissão pelo sangue de Cristo, a fortaleza do nome de Jesus, a proteção na Cruz do Salvador, a graça da salvação, a vitória por meio da fé, a força do amor para o bem do próximo, a tranqüilidade da paz do Senhor, a justiça como Lei para o bem comum e a Palavra de Deus para levar a Boa Nova ao mundo inteiro.

O cristão é detentor das armas mais poderosa do universo para transformar a humanidade. Foi Cristo que disse: “Eis que eu vos dei o poder de pisar serpentes, escorpiões e todo o poder do Inimigo, e nada poderá vos causar dano” (Lc 10,19).

Os Santos Padres da Igreja foram vitoriosos e verdadeiros exemplos de seguidores de Cristo devido à posse das virtudes espirituais.

Nos Padres da Igreja podemos contemplar o zelo ardente pela formação espiritual, pela defesa da fé, a unidade da Igreja e o poder da comunhão eucarística.

A formação catequética para o discípulo era demorada devido que a ‘graça’ não era algo barato. A doutrina da graça para os Padres da Igreja era o tesouro único da Salvação da alma (Ef 2, 8.9: Tt 3,7).

No paganismo as doutrinas eram terrenas, perniciosas e baratas. Diferente da doutrinas de Jesus Cristo que era celestial, Justa, amorosa e de alto valor que custou o precioso sangue do Filho de Deus (1Pd 1,18-20).
“COM TEU SANGUE ADQUIRISTE PARA DEUS GENTE DE TODA TRIBO, LÍNGUA, POVO E NAÇÃO” (Ap 5,9).

Os Padres da Igreja sabiam e viviam os escritos dos Santos Apóstolos de Cristo, por isso seu zelo pela graça era fundamental para a moral Cristã, fidelidade da doutrina e a fortaleza da fé até ao martírio.

É imensurável, belo e colossal a vida e os ensinos dos Padres da Igreja.

Os Padres da Igreja, os Doutores e os Santos são os nossos heróis da fé.

A vida dos Padres da Igreja resplandece a luz de Cristo no caminho da vida ativa e contemplativa.
Já dizia Santo Afonso de Ligório: “A verdadeira sabedoria é a sabedoria dos santos: saber amar a Jesus Cristo”.
Como era por demais evangélico o desprendimento dos Padres da Igreja pelas coisas materiais. A sua visão de riqueza era a graça de Cristo e as moradas eternas.

Eram homens cheios de fé, de sabedoria e do Espírito Santo. Suas vidas eram tomadas pela divina misericórdia. O amor era o triunfo de suas almas. Da obediência ao sacrifício: tudo era por amo. Para eles a maior vitória era vencer suas tentações interiores. Renunciar sempre a carnalidade era a meta constante desses Santos Homens de Deus. Os desafios e lutas eram vencidos pelos poderes da oração, jejum, silêncio e da Palavra de Deus.

CONCLUSÃO

Tudo já foi dito pelos Santos Padres da Igreja para nossa doutrinação da fé, para nossa formação espiritual e para a nossa salvação eterna.

Resta tão somente estudar com profundamente para adquirir conhecimento, fortaleza da graça e evangelizar o mundo.

Os Padres da Igreja são portos seguros da nossa fé católica e seus escritos são marretas que estraçalham as seitas, heresias e todo tipo de magia.

Os tesouros da doutrina cristã, da espiritualidade, do amor ardente ao Senhor Jesus Cristo e a mística abissal encontram-se nos Padres da Igreja.

De suas vidas podemos seguir o fiel modelo de oração, jejum, meditação, estudo da Palavra de Deus, fidelidade à doutrina e a Igreja de Cristo e a gloriosa esperança da vida eterna.

Vamos mergulhar a fundo e com total radicalidade nos estudos dos Santos Padres da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Fonte: http://www.comshalom.org/formacao/exibir.php?form_id=4030#sthash.96cEEeZH.dpuf




domingo, 23 de dezembro de 2012

A VIDA DE JESUS CRISTO



O Novo Testamento conduz-nos ao clímax da oba redentora de Deus, porque nos apresenta o Messias, Jesus Cristo, e nos fala  do começo da sua igreja. Os escritos de Mateus, Marcos, Lucas e João falam-nos do ministério de Jesus. Esses escritores foram testemunhas oculares da vida do Mestre, ou registraram o que testemunhas oculares lhes contaram, todavia não escreveram dele uma biografia completa. Tudo quanto registraram, realmente aconteceu, porém concentraram-se no ministério de Jesus, e deixaram aqui e acolá algumas lacunas na história da vida do Divino Mestre. Os homens que escreveram os evangelhos tinham em mira explicar a pessoa e a obra  de Jesus, registrando o  que ele fez e disse. E cada autor apresenta uma perspectiva ligeiramente diferente acerca de Jesus e de suas obras. Os autores dos Evangelhos não tentaram relatar todos os eventos da meninice de Jesus, porque não era esse o motivo de escreverem. Não procuraram dar-nos, tampouco, registro da vida cotidiana. Eles se ativeram ao que é pertinente à salvação e ao discipulado.


O NT é a única fonte de informação substancial do primeiro século que temos a respeito da vida de Jesus. A literatura judaica ou romana daquele tempo quase não o menciona. Flávio Josefo, historiador judeu do primeiro século, escreveu um livro sobre a história do judaísmo, procurando mostrar aos romanos e gregos que essa religião não não se distanciava muito do estilo de vida deles.  Disse ele:  "Ora, havia por esse tempo Jesus, um homem sábio, se for legítimo chamá-lo de homem, pois ele era um operador de obras maravilhosas, um mestre de quem os homens recebem a verdade com prazer. Atraiu para si muitos dos judeus e muitos dos gentios, ele era [o] Cristo. E quando Pilatos, por sugestão dos principais homens entre nós, condenou-o à cruz, os que o amavam a princípio não o abandonaram; pois ele apareceu-lhes vivo de novo no terceiro dia; conforme haviam predito os profetas divinos essas e dez mil outras coisas maravilhosas concernentes a ele. E o grupo de cristão assim chamado em virtude de seu nome, não se extinguiu até hoje."  ( Flavius Josephus, Antiquities of the Jews,  Livro XVIII, cap. iii, Sec 3.)

Os judeus dos dias de Jesus viviam na expectativa de grandes acontecimentos. Os romanos os oprimiam, mas eles estavam seguramente convictos de que o Messias viria em breve. Os variados grupos retratavam diferentemente o Messias, mas seria difícil, naquele tempo, encontrar um judeu que vivesse sem alguma forma de esperança. Alguns tinham a verdadeira fé e aguardavam ansiosos a vinda de um Messias que seria seu Salvador espiritual.
Por volta do ano 6 aC, o sacerdote Zacarias oficiava no templo em Jerusalém. Queimava incenso no altar durante a oração vespertina quando lhe apareceu um anjo anunciando para breve o nascimento do primeiro descendente do sacerdote, um menino. Esse filho prepararia o caminho para o Messias; o espírito e o poder de Elias repousariam sobre ele (Lc3.3-6). Seus pais deviam chamar-lhe João. Zacarias era um homem verdadeiramente piedoso, mas foi difícil crer no que ouvira; como conseqüência, ficou mudo até que Isabel (sua esposa) deu à luz. Nasceu o filho, foi circuncidado, e recebeu o nome segundo as instruções de Deus. Depois disso Zacarias readquiriu a voz e louvor ao Senhor.

Três meses antes do nascimento de João, o mesmo anjo (Gabriel) apareceu a Maria. Esta jovem era noiva de José, carpinteiro descendente de Davi (Is 11.1). O anjo disse a Maria que ela conceberia um filho por obra do ES, e que ela daria ao menino o nome de Jesus (Lc 1.32-35; Mt 1.21). Ela aceitou a mensagem com grande mansidão, contente por estar vivendo na vontade de Deus (Lc 1.38).

Gabriel também lhe disse que sua prima Isabel estava grávida, e Maria apressou-se a partilhar o júbilo mútuo. Ao encontrarem-se, Isabel saudou a Maria como a mãe de seu Senhor (Lc 1.39-45). Maria irrompeu num cântico de louvor (Lc 1.46-56), ela ficou três meses com Isabel.
José, o marido prometido a Maria, ficou totalmente chocado com o que parecia ser fruto de um terrível pecado (Mt 1.19) e resolveu abandoná-la secretamente. Então, em sonho, um anjo lhe explicou a situação, e instruiu-o a casar-se com Maria, sua pretendida esposa, como planejado.

Herodes o Grande reinava na Judéia quando Jesus nasceu (Mt 2.1).  Em suas Antigüidades,  Josefo escreve que houve um eclipse da lua pouco antes da morte de Herodes (Livro XVII, cap xiii, Séc. 2). Esse eclipse poderia ser qualquer um dos três ocorridos nos anos de 5 e 4 aC; mas provável alternativa é 12 de março de 4 aC. Além do mais, o historiador judeu declara que o rei morreu pouco antes da Páscoa (Livro XVII, cap vi, Séc. 4) e a Páscoa ocorreu no dia 11 de abril do ano 4 aC. Assim, devemos concluir que Herodes morreu nos primeiros dias de Abril deste ano.
Os magos do Oriente vieram adorar o Messias de Deus, mas uma vez que voltaram sem dar informação alguma a Herodes, ele mandou que seus soldados matassem todos os meninos de Belém de dois anos para baixo (Mt 2.16).  Isto quer dizer que Jesus nasceu no ano 6 ou 5 aC, e foi levado para o Egito no ano 4 aC.

Não sabemos com exatidão em que mês e dia Jesus nasceu. A data 25 de dezembro não é muito provável. A igreja de Roma escolheu esse dia para celebrar o nascimento de Cristo, já no segundo ou terceiro século, a fim de obscurecer um dia santo de origem pagã, comemorado tradicionalmente neste dia. Anteriormente, a igreja Ortodoxa Oriental decidira honrar o nascimento de Cristo no dia 6 de janeiro, a epifania. Mas por estabelecer a data no inverno? As probabilidades de que os pastores cuidassem de seus rebanhos à noite, nas colinas, são mínimas. É mais provável que Jesus tenha nascido no outono ou na primavera.

Conhecemos cinco eventos da infância de Jesus, são eles:

1) Circuncisão - De acordo com a lei judaica, ele foi circuncidado ao oitavo dia e recebeu o nome de Jesus (Lc 2.21).

2) Apresentado no templo - Ele foi apresentado no templo para selar a circuncisão e também foi "redimido" pelo pagamento dos cinco ciclos. Para efeito de sua purificação, Maria fez a oferta dos pobres (Lv 12.8; Lc 2.24).

3) Visita dos Magos - Um grupo de "sábios" apareceu em Jerusalém, inquirindo acerca do nascimento de um "rei dos judeus". (Mt 2.2).

4) Fuga para o Egito - Deus disse a José que fugisse para o Egito com toda a família. Após a morte de Herodes, José voltou, e fixou residência em Nazaré.

5) Visita ao Templo - Quando tinha aproximadamente 12 anos (Lc 2.41-52) foi com os pais ao templo em  Jerusalém e oferecer  sacrifício. Enquanto estava ali, Jesus conversou com os dirigentes religiosos sobre a fé judaica. Ele revelou extraordinária compreensão do verdadeiro Deus, e suas respostas deixaram-nos admirados. Mais tarde, de volta para casa, os pais de Jesus notaram a sua ausência. Encontraram-no no templo, ainda conversando com os especialistas judaicos.

A Bíblia cala-se até ao ponto em que nos apresenta os acontecimentos que deram início ao ministério de Jesus, tendo ele cerca de trinta anos. Primeiro vemos João Batista deixando o deserto e pregando nas cidades ao longo do rio Jordão, instando com o povo a que se preparasse para receber o Messias (Lc 3.3-9). João nasceu no seio de uma família piedosa e cresceu para amar e servir fielmente a Deus. Deus falava por meio de João, e multidões acudiam para ouvi-lo pregar. Dizia-lhes que se voltassem para Deus e começassem a obedecer-lhe. Ao ver Jesus, ele anunciou que este homem era o "...Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (Jo 1.29). João batizou a Jesus; e ao sair Jesus das águas, Deus enviou o Espírito Santo em forma de pomba, que pousou sobre ele.

O ES guiou Jesus ao deserto, e aí ele permaneceu sem alimentar-se durante quarenta dias. Enquanto ele se encontrava nessa situação de enfraquecimento, o diabo veio e procurou tentá-lo  de vários modos. Jesus recusou as propostas do diabo e ordenou que ele se retirasse. Então vieram anjos que o alimentaram e confortaram.

A princípio Jesus tinha a estima do povo. Na região do mar da Galiléia ele foi a uma festa de casamento e transformou água em vinho. este foi o primeiro de seus milagres que a Bíblia menciona. Este milagre,  da mesma forma que os últimos, demonstrou que ele era verdadeiramente Deus. Da Galiléia ele foi para Jerusalém onde expulsou do templo um grupo de religiosos vendedores ambulantes. Pela primeira vez ele asseverou de público sua autoridade sobre a vida religiosa do povo, o que fez que muitos dirigentes religiosos se voltasse contra ele.
Um desses dirigentes, Nicodemos, viu que Jesus ensinava a verdade acerca de Deus. Certa noite ele foi ter com Jesus e lhe perguntou como poderia entrar no reino de Deus, que é o reino de redenção e salvação. (Jo 3.3)

Quando João Batista começou a pregar e atrair grandes multidões na Judéia, Jesus voltou para a Galiléia. Aí ele operou muitos milagres e grandes multidões o cercavam. Infelizmente, as multidões estavam mais interessadas nos seus milagres do que nos seus ensinos.

Não obstante, Jesus continuou ensinando. Ele entrava nos lares, participava das festas públicas, e adorava com os outros judeus em suas sinagogas. Denunciou os dirigentes religiosos do seu tempo porque exibiam uma fé hipócrita. Ele não rejeitou a religião formal deles; pelo contrário, Jesus  respeitava o templo e a adoração que aí se prestava (Mt 5.17-18). Mas os fariseus e outros dirigentes não viram nele o Messias e não cuidaram de ser salvos do pecado. Além do mais, não satisfeitos com o que Deus lhes revelara no AT, continuaram fazendo-lhe acréscimos e revisando-o. Acreditavam que sua versão das Escrituras, examinada nos seus mínimos detalhes, dava-lhes a única religião verdadeira. Jesus chamou-os de volta às primitivas palavras de Deus. Ele era cuidadoso na sua forma de citar as Escrituras, e incitava seus seguidores a entendê-las melhor. Ensinava que o conhecimento básico das Escrituras mostraria que a vontade de Deus era que as pessoas fosse salvas mediante a fé nele.

Perto da Galiléia, Jesus operou seu mais surpreendente milagre até então. Tomou sete pães e dois peixes, abençoou-os e partiu-os em pedaços suficientes para alimentar quatro mil pessoas! Mas este milagre não atraiu mais gente à fé em Jesus; na verdade, as pessoas se retiraram porque não podiam imaginar por que e como ele queria que elas "comessem" seu corpo e "bebessem" seu sangue ( Jo 6.52-66).

Os doze discípulos, porém, permaneceram fiéis, e ele começou a concentrar seus esforços em prepará-los. Cada vez mais ensinava-lhes acerca de sua futura morte e ressurreição, explicando-lhes que eles também sofreriam a morte se continuassem a segui-lo.

Esta atitude de Jesus o leva ao fim da sua vida na terra. Judas Iscariotes, um dos doze, traiu-o, entregando-o aos líderes de Jerusalém, que lhe eram hostis, e eles pregaram Jesus numa cruz de madeira entre criminosos comuns. Mas ele ressuscitou e apareceu a muitos de seus seguidores, exatamente como havia prometido, e deu instruções finais aos seus discípulos mais íntimos. Enquanto o observavam subir ao céu, apareceu um anjo e disse que eles os veriam voltar do mesmo modo. Em outras palavras, ele voltaria de modo visível e em seu corpo físico.


                                                Fonte: O Mundo do Novo Testamento - Editora Vida






Cientistas se unem para desvendar quando nasceu Jesus

 


Por Ronaldo Rogério de Freitas Mourão



Festa pagã do solstício de inverno foi transformada em cristã pela Igreja.
Definir quando nasceu Cristo exige uma profunda investigação histórica.





Existem eventos que, pela sua natureza, são quase inquestionáveis. Um deles refere-se ao Natal. Habituados que estamos a comemorá-lo todos os anos em 25 de dezembro, jamais poderíamos supor que o nascimento de Jesus tivesse ocorrido em outra data. No entanto é justamente o nascimento de Cristo o acontecimento histórico que mais tem atraído a atenção de diversos astrônomos, em particular daqueles interessados em fatos históricos e preocupados com a procura de uma explicação racional para o grande mistério da Estrela de Belém.

Por definição, Jesus nasceu no ano 1 da nossa era, pois o seu nascimento é o evento que marcou o início da era cristã. Na realidade a verdade é outra. Tudo começou em 525 d.C., quando Dionísio, o Pequeno, ao fixar o nascimento de Cristo em 25 de dezembro do ano 754 ab urbe condita (depois da fundação de Roma), efetuou um erro de cálculo da ordem de pelo menos cinco anos. Ele não havia considerado nem o zero (algarismo que seria introduzido na Índia no século IX a.C.) nem os quatro anos que o Imperador Augusto reinou com o seu próprio nome de batismo, Otávio.

Por outro lado, com auxílio de acontecimentos históricos citados na Bíblia, poderemos determinar com maior precisão os prováveis anos nos quais teria nascido Jesus. De início, segundo São Matheus, sabe-se que Jesus nasceu durante o reinado de Herodes, que faleceu no ano 4 a.C., talvez nos meses de abril ou maio. Essa última conclusão prende-se ao fato de a morte de Herodes ter ocorrido antes da Páscoa dos judeus, e ter sido precedida por um eclipse da Lua. Ora, como o único eclipse lunar visível em Jericó foi o da noite de 12 para o dia 13 de março do ano a.C., como foi mencionado por Flavius Josephus, supõe-se que a morte de Herodes ocorreu provavelmente no mês que se seguiu ao eclipse. Em síntese: tudo indica que Herodes morreu entre 13 de março e 11 de abril, pois foi nesse último dia que se iniciou a Páscoa dos judeus.
Uma outra ocorrência que tem auxiliado os historiadores foi o massacre dos inocentes, quando todas as crianças de menos de dois anos foram sacrificadas por ordem de Herodes, que se baseou nas informações dos Magos para enviar os seus soldados a Belém, a fim de matar o novo Messias que ele tanto temia. Por esse fato se concluiu que Jesus, na época, deveria ter menos de dois anos. Seria conveniente lembrar, por outro lado, que essa data pode corresponder a concepção e não ao nascimento, pois entre os orientais era tradição iniciar a contagem da idade a partir daquele instante.

Um outro ponto de referência na fixação da data de nascimento de Jesus foi a época do recenseamento ordenado pelo Imperador Augusto, que foi executado por Quirino, governador da Síria. Se aceitarmos o termo recenseamento como censo, isto é, como um inventário de população, a data correspondente será -7 ou -6. Todavia se tomarmos, como o fazem alguns autores, esse termo no sentido de cens, ou seja, de imposto, que deve ter sido posterior de um a dois anos ao citado inventário, é aceitável supor que o mesmo ocorreu 5 a 4 anos a.C.

Considerando todos esses elementos, chegamos à conclusão de que a data de nascimento de Jesus deve situar-se entre os anos 5 a 7 a.C.

Em que dia do ano nasceu Cristo? O Natal, em 25 de dezembro, começou a ser celebrado em todo o mundo como o dia do nascimento de Jesus depois do ano 336 d.C. Antes essa data era aceita com o solstício do inverno no Hemisfério alongar. A festa pagã do dies solis invicti natalis, ou seja, o dia do nascimento do Sol invicto, era celebrada no dia que coincidia com os meados de saturnália -- estação durante a qual os trabalhos cessavam. Nesse dia em que o Sol começava a se dirigir para o norte, as casas eram decoradas com árvores, presentes eram trocados entre os amigos, ceias e procissões eram efetuadas pelos povos pagãos em homenagem ao Sol, que voltava à sua posição elevada.

Como os primeiros cristãos comemoravam esse feriado, a Igreja decidiu transformar tal cerimônia pagã numa festa cristã. Assim, o dia 25 de dezembro passou a representar o dia do nascimento de Cristo. No Oriente, o nascimento foi inicialmente celebrado em 6 de janeiro, data que estava associada à Estrela de Belém. Tal comemoração tinha como objetivo substituir a cerimônia pagã que em 6 de janeiro se comemorava no tempo de Kore em Alexandria e em algumas regiões da Arábia, quando se celebrava Kore, a virgem, que deu à luz Aion.

Em 194 d.A., Clemente de Alexandria propôs a data de 19 de novembro do ano 3 a.C., enquanto outros pretendiam que o nascimento ocorresse em 30 de maio ou 19/20 de abril. Mais tarde, em 214 d.C., Epifânio propôs o dia 20 de maio. Nessas datas existem confusões entre a época da concepção e do nascimento. No entanto, tais datas parecem concordar com a velha tradição de que Cristo teria sido concebido na primavera e nascido em meados do inverno (essas estações referem-se ao Hemisfério Norte).

Segundo os relatos da Bíblia, o nascimento de Cristo pode ser determinado em função do de São João Batista. Assim Zacarias, o pai de João Batista, foi o sacerdote da travessia de Abia (Lucas 1.8) que teria servido no templo na sexta semana depois da Páscoa, semana anterior ao Pentecostes. Como todos os "sacerdotes" também serviram durante o Pentecostes, Zacarias teria deixado Jerusalém para sua casa no décimo segundo dia do mês do calendário israelita Sivan, ou seja, em 12 de junho do nosso calendário. Ora, como Isabel, sua esposa, concebeu seu filho depois do seu retorno (Lucas 1.24) conclui-se que João Batista deve ter nascido 280 dias mais tarde, ou seja, nas vizinhanças do dia 27 de março. Lucas (1.36) registrou ser Cristo seis meses mais jovem que João Batista, o que faz ter o nascimento de Cristo ocorrido em setembro seguinte, ou seja, no outono do ano 7 a.C. A primitiva tradição cristã registrava que Jesus nasceu um dia depois de um Sabbath judeu, isto é, em um domingo.

Crenças astrológicas tradicionais indicam, como dia mais provável, o sábado, dia 22 de agosto de 7 a.C. Seria conveniente lembrar que no calendário judeu o dia começa ao pôr-do-Sol, de modo que se considerarmos a legenda que Cristo nasceu depois do pôr-do-Sol, podemos aceitar que o seu nascimento ocorreu em 21 de agosto do ano 7 a.C.


                              
                                                                                                                                   Fonte: o Globo

 

sábado, 24 de novembro de 2012

CIENTOLOGIA - A Religião das estrelas



Por Wiglot "Tindale"




O engano da Cientologia




O que John Travolta, Tom Cruise, Juliette Lewis, Anne Archer e Lisa-Marie Presley têm em comum? Além da fama e do dinheiro, são adeptos da mesma religião: a Cientologia, cada vez mais famosa entre os artistas de Hollywood. De onde surgiu? O que ensina esse movimento? Por que as pessoas estão dispostas a gastar grandes somas em dinheiro para participar dos seus cursos? Será que os ensinos da Cientologia são compatíveis com a fé cristã? O presente artigo tenciona responder a essas e outras questões.

Polémica em torno de seu fundador

Fundada em 1954, no Estado da Califórnia (EUA), o idealizador dessa seita é Lafayette Ron Hubbard (1911-1986), filho de um comandante da marinha norte-americana. Segundo publicações da Cientologia ele seria formado em engenharia civil, com especialização em física nuclear, pela Universidade George Washington. "No entanto, os registos da escola revelam que ele cursou apenas dois anos, sendo que o segundo em regime probatório, tendo sido reprovado em física. Afirma-se também que ele teria Ph.D conferido por uma tal Universidade Sequoia da Califórnia, embora não haja provas de que exista uma escola superior com esse nome na Califórnia, qualificada para conceder títulos de doutorado".1

Hubbard se consagrou nas décadas de 30 e 40 como um prolixo escritor de ficção científica, chegando a escrever cerca de setenta e oito novelas desse género e outras obras. A biografia de Hubbard não é a das mais confiáveis, pois alguns de seus familiares resolveram romper com a Cientologia e emitiram depoimentos sobre Hubbard. Para seus seguidores, esses depoimentos não são aceitáveis, porque, segundo afirmam, faltam com a verdade. Entretanto, uma das palavras mais duras ditas sobre Hubbard veio de Ronald DeWolf, um de seus cinco filhos. DeWolf disse que seu pai era "um dos maiores trapaceiros do século".2

Desde pequeno, Hubbard costumava viajar com seu pai aos países do Oriente, o que despertou o seu interesse por diversas culturas e crenças. Mais tarde, estudou engenharia e física nuclear. Em 1950, ele publica o livro "Dianética: a Ciência moderna e a saúde mental" 3 , que se tornou uma autoridade da Cientologia. Em 1959, mudou-se para a Inglaterra e, devido à forte oposição às suas ideias, deixou-a em 1966, passando a viver a bordo de um navio de 300 pés chamado Apolo, cercado de discípulos. Em 1967, começou a dirigir a Sea organization ( "Organização do mar"), sua congregação religiosa dentro da "Igreja da Cientologia". No ano de 1975, Hubbard voltou aos Estados Unidos, onde passou a levar uma vida cada vez mais discreta e retirada do público, inclusive de seus familiares. Foi então que começaram a surgir rumores sobre a eventualidade de seu falecimento. Ronald DeWolf entrou com uma petição judicial, num tribunal do Estado da Califórnia, para ser nomeado procurador dos bens do pai, alegando que ele havia morrido. ToDavida, o tribunal descobriu que Hubbard estava vivo, vindo a falecer dez anos depois, mais precisamente em 1985, deixando mais de seis milhões de adeptos no mundo inteiro.

A doutrina da Cientologia

A palavra Cientologia, inventada por Hubbard, vem dos termos latinos scio, que significa conhecer, e logos, razão. Para os cientólogos, a Cientologia é uma religião cujo objectivo é "estudar o espírito, entender a relação de cada um consigo mesmo, com o universo e com outras formas de vida. É uma religião, uma sabedoria e uma ciência". Na verdade, trata-se de uma corrente de pensamento filosófico-religioso mesclada a técnicas psicoterápicas e doutrina budista.4 Segundo o próprio Hubbard, a religião criada por ele deve despertar no discípulo a consciência de que ele é imortal. É uma mistura de conceitos tirados do hinduísmo e das tradições cabalísticas. A Cientologia serve de base para uma série de técnicas como a psicanalítica (Dianética), e promete aos seus adeptos melhorar sua capacidade de comunicação e diminuir seus sofrimentos, ensinando-o a "lidar com as pessoas e seu meio".

Fundamentos básicos:

O homem é basicamente bom, composto de três partes: corpo, mente e espírito. É um ser imortal. Sua experiência vai muito além de uma só vida. Sua salvação depende de si mesmo, de seus semelhantes e de sua relação com o universo.

O corpo é um componente indesejado do ser humano.

A mente humana é limitada e não permite ao indivíduo tomar consciência de que ele é destinado a sobreviver . A mente é o sistema de comunicação entre o Thetan e o mundo ambiente.

O espírito (na Cientologia, Thetan) é omnisciente e imortal e, através da pista do tempo, percorre várias vidas. O espírito é tudo aquilo que você traz de bom e de ruim desta e de outras vidas. No início, todos os espíritos eram perfeitamente felizes num eterno presente, mas acharam que era uma situação aborrecedora e foi assim que, "para brincar", criaram o universo. Mas se tornaram vítimas do seu próprio "brinquedo", esquecendo-se de que o mesmo fora criado por eles.

A teoria na prática

Através de sessões da Cientologia (auditing - audição), a pessoa passa por sete graus de purificação para libertar-se dos engramas (cicatrizes). No final desse processo, o adepto sai do estágio pré-claro para o claro. Isso, porém, é apenas a primeira etapa da purificação. A segunda é chamada de Operating Thetan ("Espírito operativo", o qual passaremos, a partir de agora, usar apenas as iniciais EO, quando nos referirmos a ele) que, por sua vez, compreende oito degraus. Nesta segunda grande fase, o Thetan passa a entender que o mundo visível não é uma realidade plena, mas, sim, aparente, e ele (o espírito) já não depende do universo que o cerca: "Uma das mais notáveis qualidades de um Thetan Operacional é a imortalidade pessoal e consciente e a liberdade relativamente aos ciclos do nascimento e da morte".5

Os cientólogos garantem que um EO pode praticar a exteriorização, ou seja, vaguear com o espírito "fora" do corpo. Nesse estágio, raramente adoece, é menos propenso a acidentes, tem memória total, QI superior a 135, imaginação criativa, vitalidade extraordinária, personalidade magnética, autocontrole, entre outras coisas. Entretanto, quando a morte vem, o Thetan vai para um lugar de descanso (Marte ou Pirinéus, segundo alguns), até que lhe seja atribuído um novo corpo. Um dos aspectos curiosos da Igreja da Cientologia é o facto de que seus membros, sem nenhuma objecção, podem pertencer a outras religiões ao mesmo tempo em que proclamam a reencarnação do espírito, doutrina que se choca com a de outras crenças.

Os degraus finais desta fase (que vai do EO-1 a EO-5, além de outros EOs) são mantidos em segredo pela Cientologia. Os claros que chegam a esse estágio não podem levar os textos para fora das instalações da Igreja e muito menos têm o direito a cópias. Segundo uma reportagem do Washington Post, de 19/08/95, dados recolhidos num tribunal de Los Angeles mostram que os membros que participam dos cursos nas instalações especiais da Igreja têm de aceder com uma zona de acesso restrito, sendo escoltados por seguranças até uma sala fechada, onde podem consultar os textos, mas tudo isso vigiados por câmaras de vídeo. Apesar de todas essas medidas extraordinárias de segurança, críticos e antigos adeptos da Cientologia têm conseguido escapar ao cerco e distribuído os textos secretos da seita (o que leva a Igreja a tomar certas medidas).

Um dos cursos secretos que demonstram a pura fantasia dos ensinos da Cientologia é o EO-3, que cobre supostos acontecimentos de 75 milhões de anos atrás. Nesse período, teria ocorrido um problema de superpopulação na "Federação Galáctica" (composta por 76 planetas), e o seu oficial Xenu teria sido escolhido para resolver o problema. Aparentemente, Xenu decidiu "congelar" milhões de seres e trazê-los à terra, mais precisamente no Havai e Las Palmas, onde as explosões nucleares, provocadas por oito vulcões, restauraram somente os espíritos dos exterminados. Os seres humanos seriam compostos por esses espíritos (e por alguns maus espíritos, os Body Thetans), e Xenu, capturado e aprisionado pelo seu crime. Quem sabe seja por isso que a capa do livro "Dianética" tem a imagem de um vulcão. Ao que tudo indica, todas essas coisas não passam de uma versão simples de alguns dos conceitos da Cientologia. Seus adeptos contam com grandes e numerosos volumes de literatura para que possam expandir-se nessas "ficções científicas".

A Cientologia e o cristianismo

Embora haja por parte dos cientólogos considerável esforço em conciliar os ensinos de Hubbbard com o cristianismo (como se vê em diversas de suas publicações, como, por exemplo, a brochura intitulada Cientologia e a Bíblia), a verdade é que existe um enorme disparate entre a Palavra de Deus e os ensinos de Hubbard. Vejamos alguns:

Deus

Devido ao seu carácter eclético, a Cientologia tem procurado, nos últimos anos, assim como a Maçonaria, designar Deus simplesmente como "Ser supremo", "Força de vida", a fim de facilitar a entrada de pessoas de qualquer segmento religioso. Adoptam, ainda, a posição politeísta: "Existem deuses que estão acima de todos os outros deuses, e deuses além dos universos".6 Em toda a Bíblia encontramos uma afirmação inflexível a favor do monoteísmo e da singularidade do Senhor Deus (Is 43.10,11; 44.6,8; 45.5, 21,22). O apóstolo Paulo é muito claro e enfático ao afirmar que, no que diz respeito ao mundo, "há muitos deuses e muitos senhores, toDavida, para nós há um só Deus, o Pai de quem são todas as cousas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo" (1Co 8.5,6).

O lugar de Cristo

Hubbard formou o pensamento da Cientologia sobre Jesus Cristo tomando emprestado o mesmo ensino do Budismo, do Hinduísmo, do Taoismo e do Judaísmo: "teoria moral", que defende a ideia de que Jesus é apenas um exemplo de fé, de moral e de conduta. "Nem o senhor Buda e nem Jesus Cristo eram espíritos operativos (do nível mais elevado), de acordo com as evidências. Eram apenas uma sombra limpa acima".7 Não compactuamos com esses ensinos da Cientologia, pois a Bíblia proclama que Jesus é o Filho de Deus, sendo verdadeiro e eterno Deus, de uma só substância com o Pai e igual a Ele. O único mediador entre Deus e os homens. Em todo o registo da vida do Senhor Jesus Cristo em suas palavras e acções, encontramos sua singularidade. No livro de Actos, Ele é chamado, muitas vezes, de o "Santo", o "justo" ( Is 9.6; Jo 1.1, 18; 8.58; 20.28; 1Jo 5.20; Fp 2.6; 2Pe 1.1; Hb 1.8-12; Tt 2.13; Rm 1.3,4; 1Tm 2.5; 1Pe 2.22; 1Jo 3.5; Hb 7.26; At 2.27; 3.14; 4.30; 7.52; 13.35).

Hubbard fez várias declarações infundadas sobre Jesus. E uma delas foi que "Jesus era membro da seita dos essênios, que cria na reencarnação". Os essênios tinham um sistema de vida profundamente ascético, alimentavam-se frugalmente e possuíam um "Manual de Disciplina" que estabelecia regras para a vida da comunidade quanto ao que se podia comer ou não. Não aceitavam o sacrifício de animais. Impunham o celibato para seus membros, entre outras crenças. Basta uma leitura imparcial das Sagradas Escrituras para vermos que Jesus não era um "essênio". Jesus não se apartava do povo, não tinha restrições quanto à comida, chegando ao ponto de ser acusado pelos judeus: "Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizem: Eis aí um glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores!".

Os "essênios" primavam pela pureza exterior. Ao serem os discípulos acusados de comer sem lavar as mãos, Jesus os defendeu, dizendo: "Convocando ele, de novo, a multidão, disse-lhes: Ouvi-me todos, e entendei. Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa contaminar; mas o que sai do homem é o que o contamina" (Mc 7.14,15).

Os essênios não criam na ressurreição do corpo. Não podiam harmonizar a ideia de um espírito puro reunido a um corpo de substância material, já que esta era má. Ao contrário, Jesus ensinou claramente que lhe era necessário sofrer muitas coisas e, por fim, ressuscitar: "Ao descerem do monte, ordenou-lhes Jesus que não divulgassem as coisas que tinham visto, até o dia em que o Filho do Homem ressuscitasse dentre os mortos" (Mc 9.9).

Jesus se opôs à reencarnação (Jo 9.1-3) e ensinou a impossibilidade de qualquer pessoa se salvar por ela (Mt 25.34, 41, 46). Em lugar de ensinar a preexistência de todas as almas, como é próprio da Cientologia, Jesus afirmou que era o único que preexistiu de facto, e não estava em um estado reencarnado: "Vós sois cá debaixo, eu sou lá de cima; vós sois deste mundo, eu deste mundo não sou" (Jo 8.23).

O homem não veio de uma "estação de implante" de outro planeta. O homem é deste mundo, única--mente da terra. O género humano começou na terra, com a criação de Adão.10

Desprezo pelo corpo

Ao expressar o conceito que tem sobre o corpo, a Cientologia revela a origem de suas crenças. Ela diz que nós não pertencemos a esse corpo físico, pois é mau. Esse ensino, no entanto, é idêntico ao pensamento gnótisco11. Os gnósticos pregavam um dualismo entre a matéria e o espírito, advogando que a matéria criada era má. A encarnação, a ressurreição e a ascensão de Cristo são essenciais ao entendimento e à fé cristã, pois mostram que não há lugar para essa torpe dicotomia entre o espiritual e o material. O cristão aceita o facto de que corpo, além de criação de Deus, é habitação do Espírito Santo (1Co 6.19). Somos instados a glorificar a Deus com o nosso corpo (1Co 6.20).

Tiago 2.26, diz: "...o corpo sem espírito é morto...". A formação do homem, desde a criação de Adão, demanda um corpo, bem como um espírito, para que ele fosse uma "alma vivente" (Gn 2.7). Um dos propósitos da futura ressurreição do corpo do cristão é reunir o corpo e o espírito, formando um ser completo.

O caminho da salvação

Como vimos, a Cientologia crê que o homem é "basicamente bom", "sem pecado". Portanto, segundo afirmam, "é desprezível e completamente abaixo de todo desprezo falar para um homem que ele tem de se arrepender, que ele é mau".12 Na visão da Cientologia, o homem tem apenas cicatrizes (Engramas), e é justamente isso que o impede de descobrir e exercitar "seu poder inerente".

À medida que a pessoa se submete às sessões de "audição"13 , em tese ela estará purificando sua mente dos ferimentos e das chagas que tenha contraído em suas existências anteriores à actual, a fim de chegar a uma consciencialização de sua divindade.

Contrastando essa doutrina absurda, Jesus Cristo ensinou que o homem tem um grave problema: o do pecado, e está incapacitado de resolvê-lo por si mesmo. Jesus disse que o homem é mau por natureza (Mt 12.34; 7:11). Falou, ainda, que do interior do homem procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfémias (Mt 15.18,19). Seu primeiro sermão foi uma exortação ao arrependimento (Mt 4.17). A pregação de João Batista (Mt 3.2), dos Doze (Mc 6.12), de Pedro no Pentecostes (At 2.38) e de Paulo aos gentios (At 17.30; 26.20) continha mensagens com forte apelo ao arrependimento para que houvesse remissão de pecados. A mensagem do arrependimento deveria ser levada por todo o mundo (Lc 24.47). Nossos irmãos, num passado não tão distante, compuseram uma magistral definição de arrependimento que os cientólogos deveriam atentar. Vejamos:

"Por ele um pecador, movido pelo que vê e sente, não só diante do perigo, mas também diante da imundícia e odiosidade de seus pecados, como sendo contrários à santa natureza e à justa lei de Deus, e na apreensão de sua misericórdia em Cristo destinada aos que são penitentes, de tal maneira se entristece e odeia seus pecados, que, deixando-os, se volta para Deus, propondo-se e diligenciando-se por andar com Ele em todas as veredas de seus mandamentos" (Confissão de Fé Westminster - Cap. XV, secção II).14

"Vasos rotos"

Os cientólogos precisam ouvir a mensagem do evangelho da graça do Senhor Jesus Cristo. Precisam ser despertados do fascínio do "budismo tecnológico" e romper com esses "vasos rotos" (Jr 2.13), inúteis e vazios, sem água, devendo trocá-los pela fonte da vida, da qual fluem rios de água viva (Jo 4.14).

Soli Deo Gloria


 

CASTIGO A FIÉIS QUE RECORREM À FEITIÇARIA






Ordenado castigo a católicos que doravante venham a ser apanhados nas malhas da feitiçaria em Angola.

A CEAST decidiu punir com interdição ou suspensão temporárias “ todos aqueles fiéis leigos, religiosos e religiosas e sacerdotes que recorrem e fomentam a prática da feitiçaria”.

Penas constantes do comunicado final da segunda Assembleia Anual da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé, concluída esta quarta-feira, em Luanda e que publicamos na íntegra na nossa página ecclesial.

A CEAST afirma ter constatado o “ incremento da crença na feitiçaria” no país.

 “Atitudes que em nada abonam à consolidação da paz social e à vivência da Fé autêntica” – deploram os Bispos de Angola e São Tomé.

 Outras “aberrações e baixezas” não poupam até os finados em Angola.

A CEAST cita no comunicado de imprensa a imoralidade que caracteriza certas celebrações em óbitos e funerais.

Os Bispos manifestaram preocupação e apelaram ao respeito pelos “ irmãos que já partiram, conferindo dignidade aos cemitérios.



Pela sua importância, o "Apostolado" publica nesta página e íntegra da nota pastoral dos Bispos da CEAST sobre o fenómeno da feitiçaria em Angola:


                                                                                                         Nota Pastoral

A paz de Cristo esteja convosco
 

Nós, Arcebispos e Bispos  de Angola e S. Tomé, estivemos reunidos em Assembleia Geral Ordinária, em Luanda, dos dias 14 a 21 do corrente mês de Novembro de 2012.

Entre as questões ligadas à nossa missão pastoral e às prementes necessidades do rebanho que Jesus Cristo nos confiou, figurou a abordagem da problemática da feitiçaria e das suas implicações na vida eclesial.

Como todos sabem, a feitiçaria é um problema que vem de longe. Mas em nossos dias ganhou proporções tão grandes, que perturba a vida dos cristãos, destrói os laços familiares e afecta as relações entre as pessoas. Não raras vezes, vai ao ponto de até perturbar a ordem pública, devido à prática da justiça privada.

De facto, a feitiçaria perturba a vida dos cristãos, porque está intimamente ligada ao diabo, o qual os tenta a praticar uma religião falsa. Por isso, em vez de levá-los à união com Deus, sua origem e pai de bondade, alicia-os para se deixarem conduzir pelo demónio e a servi-lo como senhor das suas vidas.

Com clareza e sem rodeios, Jesus nos diz quem é o diabo. O diabo diz o Senhor, «é homicida desde o princípio», ele é mentiroso e pai da mentira» (Jo. 8, 44).

O homicida e mentiroso não é apenas inimigo de Deus, mas é igualmente inimigo dos homens. Isto é evidente, tanto para os pequeninos, como para os grandes. E a maior mentira, ligada ao homicídio, e que podemos chamar raiz de todas as mentiras, é aquela que entrou no mundo através do demónio, disfarçado em figura de serpente. O diabo levou os primeiros pais da humanidade a desobedecerem ao Criador, com a promessa de eles também virem a ser como Deus (Cf. Gn 3, 5).

Depois de ter seduzido os nossos primeiros pais, mais tarde, atreveu-se a tentar o próprio Jesus Cristo, nosso Salvador. Fez isso precisamente no tempo em que o Filho de Deus Se preparava para anunciar a todas as mulheres e a todos os homens a verdade e o dom da salvação, a receber mediante a mudança de vida e a obediência à Sua Palavra.

Hoje, não queremos tratar detalhadamente do problema do feitiço. Tocaremos apenas nalguns dos pontos principais, como início do que iremos desenvolver num tempo posterior.

Desde tempos imemoriais, a África, em geral, nomeadamente a nossa querida Mãe-Pátria, Angola, acredita em um só Deus, Criador de todos e de todas as coisas. Entretanto, enquanto a África não conheceu o Evangelho de Cristo, a fé num Deus único frequente vezes andou ofuscada por uma sombra que geralmente passou a chamar-se feitiçaria.

A feitiçaria tem muito a ver com o problema da vida. Em África, como noutros continentes, tornou-se provérbio a frase de que acima de tudo importa a vida. Esta precisa de sustento num sentido muito variado. Sustento quanto ao alimento corporal e espiritual, sustento quanto ao vestir, bem como no que se refere às necessidades fundamentais que lhe são ligadas.

A busca exagerada de tudo isto, arrasta as pessoas para a idolatria do ter por ter, para a adoração daquilo que Jesus chamou Mamona, em vez de Deus, fonte de todo o bem material.

As consequências são evidentes. Uma vez que se troca Deus pelo dinheiro, a imagem de Deus, que é a pessoa humana, fica tratada da mesma maneira, e é trocada pelos bens materiais. E como se isso não bastasse, o feiticeiro não hesitará em sacrificar a vida dos outros, sem mesmo excluir a dos seus familiares. Realmente, quando atinge o ponto extremo, a tentação para os bens materiais torna-se assassina.

A primeira tentação, com a qual o diabo experimentou Jesus, tem a ver com o que acabamos de dizer. «Se Tu és o Filho de Deus, ordena que estas pedras se convertam em pães». As palavras do diabo nada têm a ver com a relação filial de Cristo com Deus. O que o demónio pretende é desviá-Lo do jejum com que Ele honrou a vontade do Pai como Seu maior alimento, de preferência ao sustento corporal. A  resposta que deu ao tentador constitui exemplo para todos, especialmente para nós, Seus discípulos: « Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus» (Mt 4, 5).

Nessa resposta há um aspecto que convém reter. Jesus não diz: Mas também, porém diz simplesmente: «Mas de toda a palavra que sai da boca de Deus». Com isto, Ele ensina que a busca dos bens materiais deve submeter-se à procura da vontade de Deus, Autor de todos os bens. De contrário cai-se no culto dos bens materiais, na idolatria da riqueza.

E a procura e conservação desmedida dos bens materiais conduz à crueldade. Nas línguas do nosso País essa feitiçaria tem um nome próprio.

A feitiçaria está ligada à soberba da vida, à grandeza isolada e cheia de  presunção, e não admite outra grandeza além da própria. O diabo tentou Cristo dizendo: « Se Tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo» (Mt 4, 6). Mas Jesus respondeu: «Não tentarás o Senhor teu Deus (Mt 4,7).

Feitiçaria e procura do domínio absoluto sobre os outros caminham de mãos dadas. Isto nos faz lembrar a terceira tentação do demónio contra Cristo: “Mostrando-lhe todos os reinos com a sua glória, (o diabo) disse-lhe”:  «Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares» (Mt 4, 8-9). Jesus reage prontamente: «Vai-te, Satanás, ao Senhor teu Deus adorarás e só a Ele prestarás culto» (Mt 4, 9-10).

Finalmente a feitiçaria usa dos adivinhos e de envenenamentos. Perante o problema do mal, nomeadamente o da morte; diante de acontecimentos cujas causas se desconhecem, a feitiçaria recorre aos adivinhos; estes constituem uma fonte inesgotável de crimes de vária espécie; têm como ponto central a mentira e a calúnia, os quais conduzem à destruição moral e física de inocentes, mesmo de crianças e até dos próprios filhos.

Há envenenamentos que se fazem às escondidas e outros há que se realizam publicamente. Os envenenamentos públicos obedecem a uma cerimónia com que se finge descobrir o responsável de um crime passível de morte, constrangendo-o  a ingerir o veneno em quantidade mortífera. Tal envenenamento possui diferentes nomes, segundo a diversidade das nossas línguas:

O que dissemos até agora parece claro. Entretanto, poderia alguém insistir, perguntando: Por que aludir às tentações de Cristo, estando nós a tratar do problema da feitiçaria? Até porque, como diz o Apóstolo S. Pedro, «Cristo não cometeu pecado e na Sua boca não se encontrou mentira» (1 Pt 2, 22).

- Fazemo-lo precisamente porque, como cristãos, estudamos o assunto à luz de Cristo. Cristo ilumina os caminhos da nossa viagem para Deus, nosso Pai e Pai de todos os homens. E se Ele permitiu ser tentado, foi para nos dar o exemplo de resistência ao diabo. Tal exemplo vale para todos, cristãos e não cristãos, porque o Filho de Deus veio à terra para a salvação de todos.

O diabo tem medo de Cristo e teme igualmente os que acreditam em Jesus e n’Ele confiam. Não tenhamos medo do diabo. A isso também nos exorta o Apóstolo Tiago, dizendo: «Resisti ao demónio e ele fugirá de vós». Em cada pessoa humana, baptizada ou não, Deus ama e protege a Sua imagem. Por isso, dizemos com S. Paulo: «Se Deus está por nós, quem pode estar contra nós?» (Rm 8, 12 ).

Radicados na fé e na caridade que vem do coração de Deus, proclamamos solenemente: a feitiçaria é incompatível com o nosso baptismo, é contrária à vocação da vida consagrada mediante o sacerdócio ou a profissão dos Votos evangélicos. Toda a pessoa que vai consultar o feiticeiro ou o advinho comete um pecado grave contra o Primeiro Mandamento, e não pode ir à comunhão sem antes se confessar, com arrependimento e propósito firme de emenda.

Somos chamados a viver na liberdade gloriosa e alegre dos filhos de Deus e à participação na vida divina, que Cristo nos trouxe.

Neste Ano da Fé, vamos purificar-nos de tudo quanto a possa abnubilar, muito especialmente da mentalidade feiticista.

Venha em nosso auxílio Maria, Mãe da Igreja, nosso exemplo e educadora na fé.



Luanda,21 de Novembro de 2012

Os Bispos de Angola e São Tomé

sábado, 21 de julho de 2012

O evangelho do anticristo


Por Samuel Torralbo

É do conhecimento coletivo de quase todos cristãos que a palavra evangelho é oriunda da palavra grega Euangelion, que comumente era usada para descrever as “boas novas” trazidas por um mensageiro sobre as vitórias ao seu comandante. De modo que, os escritores do Novo Testamento escolheram este termo para descrever as boas novas de Salvação de Jesus Cristo. Porém, o apóstolo Paulo alerta a igreja sobre o cuidado e o perigo relacionado ao “outro evangelho” Gl 1.6. Certamente, Paulo (o apóstolo) estava se referindo a mensagem apostata que sempre assediaria a vida da igreja e que em primeiro plano pareceria conter boas noticias, mas que, em sua essência contrariaria o verdadeiro significado do evangelho de Cristo Jesus.
Um dos modus operandi de satanás sempre foi trabalhar com plagio, imitações para confundir os homens e até mesmo os que foram iluminados pela revelação do evangelho de Cristo. De modo que, dentro do bojo de engano e imitações de satanás encontra-se sua mensagem de apostasia.

Infelizmente na pós-modernidade o “evangelho” do anticristo tem encontrado campo fértil para se propagar, uma vez que, muito daquilo que é evangelho do anticristo acaba compreendido como Evangelho de Jesus. A linha que separa a verdade do engano é muito tênue, de modo que, em tempos de apostasia como os dias contemporâneos faz-se necessário o conhecimento essencial do que é o Evangelho de Cristo Jesus e o evangelho do anticristo.

Observe algumas diferenças sutis que determinará o acesso à verdade ou ao engano nesta hora de grande apostasia.


1 – O evangelho do anticristo promove a necessidade da autoafirmação, percebe-se isto, na tentação de Jesus: “Se tu és o Filho de Deus”. Observe que, expressões semelhantes torna-se cada vez mais comum em muitos redutos cristãos – Se você é filho de Deus então tem o direito de reivindicar, declarar, exigir e colocar Deus na parede. De quem é este evangelho?

– O evangelho de Cristo promove a afirmação do homem em Deus através da dependência da palavra – “Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito.” Os verdadeiros seguidores do evangelho de Cristo são guiados pela palavra de Deus e nunca por sugestões do diabo, do mundo ou do próprio coração.


2 – O evangelho do anticristo valoriza as necessidades temporais, centralizando toda a vida nas demandas e vontades egoístas do homem – “manda que estas pedras se tornem em pães.” Infelizmente para muitos adeptos do evangelho do anticristo, o milagre está na transformação de pedras em pães, chegando até mesmo atribuir a Deus as realizações de seus feitos milagreiros motivados pela sórdida ganância de seus corações.

- O evangelho de Jesus é atemporal, não se condiciona as demandas ou necessidades momentâneas – “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”. Enquanto que, no evangelho do anticristo o milagre é visível e momentâneo (transformação de pedras em pães), no evangelho de Cristo o milagre é no nível da interioridade, onde o espírito humano é saciado pela palavra de Deus e a vida eterna é gerada.


3 – O evangelho do Anticristo é do espetáculo publico, do desrespeito aos limites divinos, do show e do entretenimento religioso – “E disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te de aqui abaixo; porque está escrito: Que aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra.” Quantas pessoas estão pulando do pináculo pensando estarem num processo de desafios, demonstrações de poder ou espiritualidade exterior que objetiva apenas impressionar o próximo ou a si mesmo em nome de Deus.

– O evangelho de Jesus objetiva em todo tempo ou circunstancias devotar temor e reverencia a Deus – “Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus.” Enquanto que, o evangelho do anticristo é da performance estética, o evangelho de Cristo é da singeleza de coração e temor integral ao Senhor.


4- O evangelho do Anticristo busca a qualquer custo a glória e o poder humano – “e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles. E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.” O evangelho do anticristo objetiva roubar a adoração de Deus através das negociações temporais da vida. A confusão é generalizada quando o homem confunde reino e gloria humana com espiritualidade sadia ou prosperidade divina, enquanto que, de fato está prostrado adorando o príncipe deste século.


- O evangelho de Cristo Jesus, promove a adoração unicamente a Deus – “Então disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás.” O evangelho de Cristo ensina que em todos os níveis da existência humana a adoração ao Único Deus Justo e Criador não deve ser negociada, deformada ou manipulada.


5- O evangelho do Anticristo é antropocêntrico, onde o homem é o centro de toda razão existencial. De modo que, o louvor, o culto e a admiração estarão sempre centralizados no homem. Não é difícil encontrar ambiente de culto “cristão”, onde o foco é o homem com suas necessidades e não mais Deus em sua soberania.

– O evangelho de Cristo é Teocentrico – onde Deus em Cristo é o centro de todas as coisas. No evangelho de Jesus, o homem tem a revelação divina, podendo crescer em relacionamento e vida com Ele, expurgando o egocentrismo.


6 – O evangelho do anticristo é o evangelho do reino dos homens – O livro do apocalipse elucida melhor o caráter integral do anticristo através da busca exaustiva do fortalecimento do reino humano na forma dos poderes vigentes da época – “E a besta que vi era semelhante ao leopardo, e os seus pés como os de urso, e a sua boca como a de leão; e o dragão deu-lhe o seu poder, e o seu trono, e grande poderio”. (Ap 13. 2) O evangelho do anticristo anuncia que, as leis, a política, a economia, e absolutamente tudo relacionado a vida entre os homens terá como finalidade estabelecer e glorificar um reino humano forte e independente de Deus. É comum nesta hora observar cristãos sendo embevecidos pela mensagem do espírito do anticristo que anuncia prosperidade material, conforto humano, estabilidade financeira, vida regalada, porém, divorciada da verdade de Cristo e do Reino de Deus.

– De contrapartida, o evangelho de Cristo Jesus é o evangelho do Reino de Deus – “E dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho.” (Mc. 1.15). O evangelho de Jesus é uma contraversão do reino humano. Enquanto que, o reino dos homens é de aparência, desigualdade, injustiça, pecado, e solidão, o reino de Deus é de amor, paz, justiça, verdade, igualdade, segurança, excelência, e perfeição, onde Cristo governará com equidade e retidão.

Certamente, o momento merece reflexão e sinceridade para que haja uma consciência genuína que declare qual evangelho estamos vivendo e promovendo neste momento de extrema contradição que a humanidade e a igreja enfrentam.

O engano do Evagelho "Não sofra mais"


Por Clávio Juvenal Jacinto



Você já deve ter ouvido esse chavões tipo “pare de Sofrer” ou “não sofra mais’ como um indicativo fundamental para atrair as pessoas ao cristianismo ?
 
Não é minha intenção aqui anular a realidade de que muitos tipos de sofrimentos existentes nesse mundo são conseqüências diretas ou indiretas da ação do Diabo nesse mundo. Mas tão somente esclarecer que o cristão é tão humano quanto um ímpio, e que abraçar a causa do evangelho não nos conduzirá a uma utopia imediatista tipo, um paraíso na terra, ou uma vida isenta de dores, sofrimentos e tribulações, ou figurativamente a “um mar de rosas”.
 
O problema comum entre a mensagem cristã moderna e a primitiva é seu oposto gritante. Tanto João Batista quanto o Senhor Jesus Cristo começam a chamar as almas para adentrarem no Reino de Deus, através de um convite ao arrependimento e a conversão!(Mateus 3:2 e 4:17) Para que haja um arrependimento sincero, é necessário uma pregação expositiva sobre a realidade do pecado, sobre os efeitos do pecado, e o perigo que o pecador corre, se nessa vida não admitir que é pecador, e enfrentar toda uma eternidade sem usufruir dos benefícios maravilhosos da redenção que Jesus obteve na cruz.
 
Na medida em que um pecador aceite os benefícios da cruz, não estará isento de sofrimentos, dores, adversidades, e lutas. Nenhum cristão está isento de sofrimentos e dores nessa vida, pois a vida cristã por si mesma nos lança a uma jornada de peregrinação, tendo esse mundo como um deserto que temos que atravessar “Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais que combatem contra a alma” (1Pe 2:11) mas vamos para a realidade espiritual, isso é o que me interessa. Jesus disse a Paulo, quando elegeu ele para ser embaixador do evangelho: “E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome.”(At 9:16). Estude a vida de Paulo e verá o quanto ele sofreu por causa do evangelho! A experiência de Paulo não subjetiva, ela é objetiva, é um principio valido para todo o cristão: “Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele” (Fp 1:29) a igreja primitiva sofria por causa do evangelho, um sofrimento de grande intensidade, como em Esmirna “Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” (Ap 2:10) e Pergamo, onde houve o martírio de Antipas: “Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” (Ap 2:10) Jesus fala a respeito da vida cristã “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo 16:33) é preciso sofrer as aflições do tempo presente para usufruir das glórias futuras:“Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.” (Rm 8:18) “Para conhecê-lo, e à virtude da sua ressurreição, e à comunicação de suas aflições, sendo feito conforme à sua morte” (Fp 3:10).
 
Escrevendo a igreja de Tessalonica Paulo admoesta “De maneira que nós mesmos nos gloriamos de vós nas igrejas de Deus por causa da vossa paciência e fé, e em todas as vossas perseguições e aflições que suportais”(2Ts 1:4) Isso foi uma realidade para os irmãos e basta ler a historia da igreja, leia O LIVRO DOS MARTIRES DE FOX, para ver que o cristianismo é muitas vezes, sofrer no tempo presente, para viver a glória celeste.
 
Não podemos nos admitir que se pregue o evangelho “não sofra mais” porque o convite das escrituras é “Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério.” (2Tm 4:5) e ainda “E ao servo do Senhor não convém contender, mas sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor” (2Tm 2:24)
 
Aqui nesse mundo, Deus não nos isentou do sofrimento, porque ele muitas vezes será a conseqüência de uma vida de fidelidade a Deus, já que o mundo é inimigo de Deus,m também o será de sua igreja. Veja a promessa de Jesus em Apocalipse : “E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.” (Ap 21:4)
 
Com relação a doenças sabemos que o Senhor cura, mas as vezes um tratamento, deve ser valido, ou um problema pode ser amenizado com remédio “Não bebas mais água só, mas usa de um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades.” (1Tm 5:23) isso é uma principio bíblico, Isaias não orou por Ezequias, mas o SENHOR mandou o profeta que tratasse a doença do Rei com remédios “E dissera Isaías: Tomem uma pasta de figos, e a ponham como emplastro sobre a chaga; e sarará.”(Is 38:21)
 
Jesus também falou sobre a vida cristã, sob duras condições de tomar a cruz, negar-se a si mesmo e seguir a pós Ele (Marcos 8:34)
 
A palavra martírio não pode existir no dicionário do evangelho “não sofra mais” no entanto vimos como Estevão sofreu a morte por apedrejamento e se tornou mártir(Atos 7)
 
A igreja primitiva sofria intensa perseguição e sofria por causa disso, mas foi escrito a respeito desse fato: “Confirmando os ânimos dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, pois que por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus.” (At 14:22) a bíblia também ensina que a tribulação pode trazer benefícios para o cristão: “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência” (Rm 5:3) até aqui podemos observar como a idéia de que qualquer sofrimento de o cristão venha experimentar significa falta de fé, é um absurdo, Paulo Romeiro comenta no livro “Super Crentes” com relação a corrente teológica chamada confissão positiva: “essa corrente doutrinaria ensina que qualquer sofrimento do cristão, indica falta de fé. Assim a marca de um cristão cheio de fé e bem sucedido é a plena saúde física, emocional e espiritual, alem de prosperidade material. Doenças e pobreza são resultados visíveis do fracasso do cristão que vice em pecado ou possui uma fé insuficiente” (1) bem, podemos notar o quão distante estão esses da igreja do Novo Testamento, com relação aos crentes hebreus nos é informado: “Em parte fostes feitos espetáculo com vitupérios e tribulações, e em parte fostes participantes com os que assim foram tratados.” (Hb 10:33) a justiça do evangelho e sua pratica na vida diária nos leva a correr o risco de sofrermos por causa do evangelho, Pedro admoesta:“Porque é coisa agradável, que alguém, por causa da consciência para com Deus, sofra agravos, padecendo injustamente.” (1Pe 2:19), a experiência de uma bem aventurança espiritual está em fatos considerados negativos: “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.” (Mt 5:11) vivemos em meio a uma criação que geme com dores de parto(Romanos 8:11) e nossa santidade se dá em meio a pratica do cristianismo que nos remete para grandes desafios, inclusive da perda da própria vida, Cristo nos exorta “E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo.” (Mt 10:28)
 
Agora leia com atenção essas palavras de Paulo, porque elas são mui claras: “Para que ninguém se comova por estas tribulações; porque vós mesmos sabeis que para isto fomos ordenados” (1Ts 3:3) veja bem, no pensamento teológico de Paulo o sofrimento era uma experiência não somente real, mas também aceita como parte da experiência cristã, como conseqüência de uma fé comprometida com Deus. Então por favor, voltem as origens, vamos falar, pregar e comunicar a todos os homens que Deus tem nojo do pecado, que o homem é pecador, que precisa se arrepender, abandonar o pecado, lutar após a conversão contra o pecado, e ensinar que o arrependimento precede a conversão e o novo nascimento como único principio bíblico valido para gerar verdadeiros cristãos, porque escrito está : “Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.” (Jo 3:3)

                                                                                                     CJJ