sexta-feira, 17 de maio de 2013

Os Padres da Igreja Contra a Magia


 
“Os Padres da Igreja sobressaíam por sua capacidade de compreensão das coisas celestiais e pela agudeza de pensamento com que perscrutavam as profundidades da Palavra de Deus”.

Papa Pio XII




O Ensinamento dos Padres da Igreja

Escreve a antropóloga Cecília Gatto Trocchi, no seu livro A magia: “Os Padres da Igreja consideram a magia como um mentira, não necessariamente no sentido de que os magos e os feiticeiros produzem os seus efeitos evocando e empregando aquelas forças negativas mentirosas e demoníacas que Cristo havia submetido ao seu domínio. O exercício das artes mágicas significa, portanto, não reconhecer a mensagem de salvação de Cristo e empreender uma relação privilegiada com Satanás, tomando em um determinado sentido o lugar de Deus. A magia torna-se a decisão de prolongar a eficácia dos demônios para além dos limites concedidos no tempo da salvação, que se iniciou com Cristo além dos meios sacramentais transmitidos por Jesus á sua igreja”.

O ensinamento dos antigos Padres da Igreja, gregos e latinos, estava baseado sobre a eficácia da redenção operada pela cruz de Jesus Cristo: agente se defende com a cruz, não com amuletos e encantamentos, repetia São João Crisóstomo nas suas Catequeses para os neófitos:

“A cruz de Cristo destruiu a morte, derrotou o pecado, esvazio o inferno, venceu o poder do demônio. (…) A cruz fez ressurgir o mundo interior, e tu não confiaste? Um cristão deveria envergonhar-se e ruborizar-se por ter deixado seduzir pelo encantamento da magia”.

Esta – afirma o próprio Crisóstomo na pregação de Ano Novo – é “uma maluquice extrema”; “o uso dos amuletos é idolatria completa” afirma também no seu comentário a Carta aos Colossenses.

Também Santo Agostinho, nascido e crescido em ambiente egípcio de cultura helenista, falando sobre a encarnação do Verbo, menciona a magia como “loucura”, visto que a humanidade é mesmo o cosmos foram libertados do medo depois da vinda de Cristo e da sua vitória redentora na cruz:

Uma vez tudo (no paganismo) estava cheio de erro dos oráculos. Os oráculos de Delfos e de Dodona, da Beócia, da Lícia, da Libía e do Egito, os oráculos da Pítia enchiam de pasmo a fantasia dos homens.

Portanto, desde quando Cristo foi anunciado em toda parte, cessou esta maluquice e entre eles não se encontra ninguém que profetize. Outrora os demônios iludam os homens apossando-se das fontes, dos rios, das árvores e das pedras, e com os seus sortilégios aturdiam os néscios. Agora, ao invés, depois da revelação divina do Logos (de Jesus Cristo), esta vã aparência cessou: com um simples sinal-da-cruz o homem lhe descobre o engano. (…) E que dizer da sua magia que tanto admiravam?

Antes que chegasse entre nós o Logos, era poderosa e operante entre os egípcios, os caldeus e os hindus, e maravilha os espectadores; mas a presença da verdade e da revelação do Logos condenou a magia e a suprimiu.
Escreve Santo Agostinho: “As predições dos espíritos demoníacos são devidas a habilidades particulares, bem diversas daquelas que consentem aos santos anjos e aos profetas de Deus realizar suas. De fato estes, se anunciam alguma coisa, fazem-no por disposição divina e depois de ter escutado, assim é que não enganam nem são enganados, e as suas previsões conseqüentemente são verdadeiras e dignas da máxima consideração. Ao invés, os espíritos demoníacos não só se enganam, mas fazem cair no erro também os outros. Enganam-se, acima de tudo, porque quando predizem as próprias pretensões, estas são imprevistamente transtornadas pelo Alto. Um pouco como se homens, submetidos a uma outra autoridade, depois de terem dispostos a execução de alguma coisa, vêem-na proibida, depois de longa peroração, imediatamente pelos seus superiores. Os espíritos demoníacos erram nas questões naturais tal qual acontece aos médicos, aos marinheiros e aos camponeses, mas estão em condições – graças às características dos seus corpos aéreos – de conhecer antecipadamente muitas coisas de maneira mais aguda e poderosa; mas também estas coisas passam por imprevistas variações por causa de disposições por eles completamente ignoradas, mas não pelos anjos que adoram o sumo Deus.

Tudo isto assemelha-se um pouco ao caso daquele médico que, depois de ter diagnosticado ao doente uma pronta cura, com base em sintomas precedentes, o vê morrer improvisamente por algo não previsto; ou também o caso do marinheiro que, depois de ter calculado a duração de uma tempestade de ventos, vê Cristo – enquanto navega com os seus discípulos – mandar aos ventos furiosos que se acalmem, com as seguintes palavras: “E fez-se uma grande calmaria” (Mt 8,26); de maneira semelhante como acontece ao agricultor que, depois de ter visto, graças a seu conhecimento da terra e das sementes, um belo enxerto das videiras em condições de frutificar abundantemente, ver, por uma imprevista variação climática, secar tudo ou até mesmo destruir-se tudo pelo capricho de um poderoso. Assim estão, portanto, as coisas em relação às capacidades adivinhatórias dos espíritos demoníacos, os quais, mesmo prevendo alguma coisa com base em causa menores e habituais, vêem tornar-se vãs as suas previsões, por causas mais importantes e desconhecidas” (Santo Agostinho, De divinatione daemonum, cap. VI).

“Os demônios não pode fazer mais do que lhe é permitido”, dizia Santo Agostinho.

Santo Tomás de Aquino, um dos maiores teólogos da História da Igreja, afirma na Suma Teológica: “Os Santos Padres escrevem que os demônios têm poder sobre os corpos e sobre a imaginação do homem, segundo a permissão de Deus. Eis porque os feiticeiros, com a sua ajuda, podem fazer malefícios. Na Sagrada Escritura o apóstolo Paulo coloca as “idolatrias e as feitiçarias” entre as obras “daqueles que não podem herdar o reino de Deus” (cf. G1 5,20) e o apóstolo João recorda que é reservado “o tanque ardente de fogo e enxofre” aos feiticeiros e idólatras (cf. Ap 21,8)”.

São Pedro Apóstolo exorta com afinco sobre a tentação do diabo: “Sede sóbrios e vigilantes! Eis que o vosso adversário, o diabo, vos rodeia como um leão a rugir, procurando a quem devorar. Resisti-lhe, firme na fé, sabendo que a mesma espécie de sofrimento atinge os nossos irmãos espalhados pelo mundo” (1 Pd 5, 8.9).

CONTRA OS EMBUSTES

O exorcista italiano, escritor e padre Francesco Bamonte escreve:

“A diminuição da espiritualidade, ligada à descristianização do mundo moderno, parece arrastar o homem exatamente para aquele ralo de insegurança existencial, de medo e de falta de confiança, do qual o cristianismo havia libertado o mundo”. Tornam-se então admoestadoras as palavras do cardeal Joseph Ratzinger, (papa Bento XVI) citadas expressamente na Nota Pastoral dos bispos toscanos:

“A Cultura atéia do Ocidente moderno vive ainda graças à libertação do medo aos demônios trazidos pelo cristianismo. Mas se esta luz redentora de Cristo precisasse apagar-se, mesmo com toda a sua sabedoria e com toda a sua tecnologia o mundo recairia no terror e no desespero: já vemos sinais deste retorno das forças das trevas, enquanto crescem no mundo secularizado os cultos satânicos”.

O insigne padre Bamonte convoca os cristãos para lutar contra os embustes, charlatanices dos operários do diabo e de todo o sistema satânico.

É nosso dever proclamar a verdade que liberta o ser humano de todo engano religioso. (Jo 8, 32-36).
“Levar os homens à verdade é o maior benefício que se pode prestar aos outros”, afirma Santo Tomás de Aquino.
Jesus Cristo é a única verdade absoluta que liberta e salva o ser humano de toda magia, espiritismo, bruxaria, satanismo, da teologia da prosperidade, das seitas, das heresias e de todo sistema da Nova Era.

Como cristãos batizados temos o poder da Santíssima Trindade, a remissão pelo sangue de Cristo, a fortaleza do nome de Jesus, a proteção na Cruz do Salvador, a graça da salvação, a vitória por meio da fé, a força do amor para o bem do próximo, a tranqüilidade da paz do Senhor, a justiça como Lei para o bem comum e a Palavra de Deus para levar a Boa Nova ao mundo inteiro.

O cristão é detentor das armas mais poderosa do universo para transformar a humanidade. Foi Cristo que disse: “Eis que eu vos dei o poder de pisar serpentes, escorpiões e todo o poder do Inimigo, e nada poderá vos causar dano” (Lc 10,19).

Os Santos Padres da Igreja foram vitoriosos e verdadeiros exemplos de seguidores de Cristo devido à posse das virtudes espirituais.

Nos Padres da Igreja podemos contemplar o zelo ardente pela formação espiritual, pela defesa da fé, a unidade da Igreja e o poder da comunhão eucarística.

A formação catequética para o discípulo era demorada devido que a ‘graça’ não era algo barato. A doutrina da graça para os Padres da Igreja era o tesouro único da Salvação da alma (Ef 2, 8.9: Tt 3,7).

No paganismo as doutrinas eram terrenas, perniciosas e baratas. Diferente da doutrinas de Jesus Cristo que era celestial, Justa, amorosa e de alto valor que custou o precioso sangue do Filho de Deus (1Pd 1,18-20).
“COM TEU SANGUE ADQUIRISTE PARA DEUS GENTE DE TODA TRIBO, LÍNGUA, POVO E NAÇÃO” (Ap 5,9).

Os Padres da Igreja sabiam e viviam os escritos dos Santos Apóstolos de Cristo, por isso seu zelo pela graça era fundamental para a moral Cristã, fidelidade da doutrina e a fortaleza da fé até ao martírio.

É imensurável, belo e colossal a vida e os ensinos dos Padres da Igreja.

Os Padres da Igreja, os Doutores e os Santos são os nossos heróis da fé.

A vida dos Padres da Igreja resplandece a luz de Cristo no caminho da vida ativa e contemplativa.
Já dizia Santo Afonso de Ligório: “A verdadeira sabedoria é a sabedoria dos santos: saber amar a Jesus Cristo”.
Como era por demais evangélico o desprendimento dos Padres da Igreja pelas coisas materiais. A sua visão de riqueza era a graça de Cristo e as moradas eternas.

Eram homens cheios de fé, de sabedoria e do Espírito Santo. Suas vidas eram tomadas pela divina misericórdia. O amor era o triunfo de suas almas. Da obediência ao sacrifício: tudo era por amo. Para eles a maior vitória era vencer suas tentações interiores. Renunciar sempre a carnalidade era a meta constante desses Santos Homens de Deus. Os desafios e lutas eram vencidos pelos poderes da oração, jejum, silêncio e da Palavra de Deus.

CONCLUSÃO

Tudo já foi dito pelos Santos Padres da Igreja para nossa doutrinação da fé, para nossa formação espiritual e para a nossa salvação eterna.

Resta tão somente estudar com profundamente para adquirir conhecimento, fortaleza da graça e evangelizar o mundo.

Os Padres da Igreja são portos seguros da nossa fé católica e seus escritos são marretas que estraçalham as seitas, heresias e todo tipo de magia.

Os tesouros da doutrina cristã, da espiritualidade, do amor ardente ao Senhor Jesus Cristo e a mística abissal encontram-se nos Padres da Igreja.

De suas vidas podemos seguir o fiel modelo de oração, jejum, meditação, estudo da Palavra de Deus, fidelidade à doutrina e a Igreja de Cristo e a gloriosa esperança da vida eterna.

Vamos mergulhar a fundo e com total radicalidade nos estudos dos Santos Padres da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Fonte: http://www.comshalom.org/formacao/exibir.php?form_id=4030#sthash.96cEEeZH.dpuf




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